Um dia para ficar na história! Bacabal sediou, pela primeira vez,
uma Conferência sobre os Direitos Humanos. Na segunda-feira, 22, o Centro de
Convivência Social (CCS) ficou pequeno para receber representantes de
movimentos sociais, movimento negro, dos quilombos, agricultores, pessoas
LGBTQIA+, pessoas com deficiência, líderes religiosos e representantes de
praticamente todas as esferas da sociedade bacabalense.
O prefeito Roberto Costa foi recepcionado ao som do grupo de
mulheres Luiza Mahim. O evento se consolidou como uma verdadeira expressão da
força de diversos grupos, muitas vezes esquecidos ou sem voz, que aproveitaram
o espaço da conferência para reivindicar seus direitos, ampliar a inclusão e
promover o respeito aos direitos humanos em Bacabal.
“Nós estamos buscando, dentro da nossa representatividade,
direitos que muitas vezes foram negados lá atrás ou que foram garantidos, mas
que, quando vamos em busca, nos são negados. Então, esse momento de discussão,
para nós, é muito importante para o município de Bacabal,” afirmou Marilurdes
Carvalho, presidente do Grupo Negro Palmares Renascendo (GNPR).
A secretária de Juventude, Gleiciane Brandão, ressaltou a
relevância da conferência organizada pela pasta. “Além de ser a primeira
conferência, ela se torna um marco porque não foi realizada somente pelo poder
público. Tivemos, dentro da comissão, pessoas que representam os diversos
segmentos da nossa sociedade, e tudo isso com total apoio do prefeito Roberto
Costa.”
Hanna Porto, juíza federal, destacou a importância histórica da
conferência e o papel da participação social. “Há 100 anos, nós não tínhamos a
presença da população fazendo políticas públicas. As políticas eram feitas por
pessoas com o domínio aquisitivo. Hoje, temos pessoas pretas, LGBT, pobres,
quilombolas, indígenas, PCDs e diversos grupos marginalizados sendo convocados
pelo município para fazer parte dessa política. Portanto, esse evento é de uma
magnitude muito grande para o município de Bacabal.”
Já a secretária de Estado de Direitos Humanos e Participação
Popular, Lilia Negreiros, afirmou: “Aqui, o prefeito Roberto Costa abre as
portas do seu governo para discutir, junto com os movimentos sociais e a
sociedade civil organizada, políticas públicas que garantam e promovam os
direitos humanos daqueles que mais precisam. Então, sem dúvidas, é um momento
de grande relevância para o município.”
Quem também participou da conferência foi Pureza Lopes Loyola,
referência nacional na defesa dos direitos humanos e no combate ao trabalho
escravo. Residente em Bacabal, no bairro Santos Dumont, além de relatar um
pouco da sua história de vida, ela também foi homenageada pelo prefeito Roberto
Costa.
“Eu pedi a Deus do céu que me ajudasse, que eu tirasse o meu
filho, e quando eu o vi, eu botei todos os homens pra fora, eu gritei mesmo! E
todos foram embora com a canoa cheia de feijão, e descemos para Rosário”, disse
Dona Pureza sobre o resgate do filho Abel.
O prefeito Roberto Costa também comentou sobre o simbolismo de ter
a presença de Dona Pureza no evento. “Dona Pureza foi o ponto alto do nosso
evento. É uma mulher que tem uma história de defesa e de conquistas que gerou
um reconhecimento nacional e internacional. A sua luta na busca pelo seu filho
se transformou em um símbolo do trabalho escravo contemporâneo no Brasil. Uma
mulher que foi reconhecida pelo governo americano, premiada na Inglaterra, já
foi tema de um filme, e a cidade precisa restabelecer esse crédito, essa
importância que ela tem para a vida de todos nós”, concluiu.
Roberto Costa ainda frisou o engajamento da sociedade bacabalense
na conferência. “Nesta conferência, estamos tendo a participação de toda a
população, dos segmentos da sociedade, das pessoas com deficiência, das
comunidades quilombolas e do movimento de mulheres, na busca de propostas para
consolidar a dignidade da nossa população. É dessa forma que iremos continuar
construindo a nova Bacabal, garantindo os direitos de todos e trabalhando
muito, sem privilégios para poucos, mas sim beneficiando o conjunto da nossa
população.”
Na conferência, foram eleitos delegados e delegadas para
apresentar e defender as propostas construídas na 13ª Conferência Estadual dos
Direitos Humanos (13ª CEDH), que será realizada nos dias 7 e 8 de outubro, em
São Luís.
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