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segunda-feira, 23 de março de 2020

O que os pais precisam saber sobre o novo coronavírus...



A doença causada pelo novo coronavírus, COVID-19, tem crescido no mundo inteiro. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em São Paulo no dia 26 de fevereiro e, em poucas semanas, já apareceu em diversas cidades.

São casos suspeitos as pessoas que apresentam febre e mais um sintoma respiratório, como tosse ou falta de ar, e voltaram de viagem ao exterior nos últimos 14 dias antes do aparecimento dos sintomas. Também são casos suspeitos pessoas que tiveram contato próximo com indivíduos com diagnóstico comprovado ou suspeito.

Neste momento, é importante reforçar as medidas de prevenção, principalmente os idosos e pessoas que têm doenças crônicas ou imunossupressão: higiene de mãos frequente, uso de máscara pelos sintomáticos, uso de lenço descartável ao tossir ou espirrar, evitar aglomerações e manter os ambientes arejados, além de tomar a vacina contra influenza. Pessoas que tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 devem permanecer em casa nos próximos 14 dias e procurar assistência médica se tiverem febre ou sintomas respiratórios.

As crianças tem sido pouco afetadas pela doença, tanto em relação ao número de casos quanto em relação à gravidade.

O que é?

Coronavírus é uma família de vírus conhecida há mais de 50 anos. Tem este nome porque parece uma coroa, se visto no microscópio. Algumas cepas infectam seres humanos, outras infectam somente animais. O novo vírus é uma mutação que não atingia humanos e, nos últimos meses, passou de animais para pessoas, provavelmente em um mercado de frutos do mar e animais vivos na cidade de Wuhan, na China.

Como é chamada a doença causada por este vírus?

A doença causada pelo novo coronavírus recebeu o nome de COVID-19. A escolha do nome foi feita pela OMS (Organização Mundial da Saúde), de modo a não fazer referência a região geográfica, animal, indivíduo ou grupo de pessoas, para que não fosse impreciso ou alimentasse estigmas.
O que causa?

Sintomas respiratórios, como febre, tosse, falta de ar. Pode causar sintomas leves, como um resfriado comum até quadros mais graves, como pneumonia e insuficiência respiratória aguda.

E nas crianças, como se comporta?

O número de crianças com doença causada pelo COVID-19 é muito pequeno. Apesar de relatos, como o do recém-nascido de 30 horas que adquiriu o vírus, são raras as descrições de casos em pacientes com menos de 18 anos nos estudos publicados até o momento.

Não está claro para os pesquisadores se a baixa incidência é devida a fatores relacionados ao próprio vírus, que poderia estar causando doença pouco agressiva e não diagnosticada ou a questões ambientais, uma vez que a epidemia começou no período de férias e as aulas não foram reiniciadas, o que reduz o risco de transmissão nesta população.

No entanto, não é possível concluir que as crianças estejam protegidas, portanto é importante seguir as medidas de prevenção recomendadas para as infecções respiratórias.

Como é transmitido?

Este vírus pode ser transmitido de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de secreções respiratórias do paciente infectado ou por contato com secreções contaminadas seguido de inoculação em mucosas (olhos, nariz ou boca).

Na maior parte dos casos, a transmissão é limitada e se dá por contato próximo, ou seja, durante o cuidado com o paciente, incluindo profissionais de saúde ou membro da família.

Em relação às crianças, há poucos casos de infecção pelo novo vírus.

Como é feito o diagnóstico?

Um exame específico, que é feito colhendo secreção do nariz e da boca do paciente, pode identificar o material genético do vírus em secreções respiratórias.

 Como tratar?

Atualmente, não há medicamentos eficazes para tratar o novo coronavírus. Recomenda-se ingestão de líquidos, analgésicos e antitérmicos. Casos mais graves precisam ser internados para receber soro e oxigênio. Pode ser necessária internação em UTI.

Há estudos clínicos em andamento para avaliar a segurança e eficácia de medicamentos e anticorpos monoclonais já utilizados para tratamentos de outras infecções e que mostraram atividade em laboratório contra os coronavírus, entretanto ainda não há resultados que demonstrem sua aplicabilidade na atual epidemia.

Dicas da Sociedade Brasileira de Infectologia para reduzir o risco de infecção:

1 - Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas;
2 - Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar;
3 - Usar lenço descartável para higiene nasal;
4 - Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
5 - Evitar tocar nas mucosas dos olhos;
6 - Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
7 - Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
8 - Manter os ambientes bem ventilados;
9 - Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

Fonte:  Sociedade Brasileira de Infectologia.

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