Vítima. |
Na última terça-feira (23), Fabiana Maia Veras, psicóloga de 42
anos, foi encontrada morta em sua casa em Açu, no Rio Grande do Norte. Ela havia
sido amordaçada, amarrada e possuía diversas marcas de corte realizados por uma
arma branca pelo corpo.
O principal suspeito do crime é João Batista Carvalho Neto, 41
anos, servidor público do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. O homem
se dirigiu à residência de Fabiana, local onde a psicóloga também operava sua clínica,
por volta das 16h40, com o intuito de assassiná-la.
A casa era vigiada por câmeras que identificaram o momento de
chegada do servidor, por volta das 16h30. O sujeito, além de jaqueta e calça,
vestia um lenço na cabeça, uma máscara cirúrgica e luvas. O traje causou
estranheza, mas Fabiana recebeu e cumprimentou o servidor.
O delegado responsável pelo caso, Valério Kurten, afirmou que os
dois se conheciam. Fabiana, aparentemente, seria psicóloga da ex-companheira do
servidor. Ele acreditava que a psicóloga estaria aconselhando sua ex a
continuar separada do homem.
Antes de ir à casa de Fabiana, João teria contatado a psicóloga pelas
redes sociais. Segundo a ex-companheira do servidor, o homem insistia em uma
reaproximação, embora a mulher já estivesse em um novo relacionamento.
O objetivo do servidor seria investigar a relação entre Fabiana e
sua ex-namorada e impedir que ela continuasse “travando” uma possível reunião
do casal. Assim, após a psicóloga fazer um tour pela casa com o suspeito, ele
teria consumado o homicídio na suíte de Fabiana.
O quarto da psicóloga era um dos cômodos não monitorado por câmeras
de segurança. João teria restringido a vítima com amarras antes de assassiná-la
com uma faca. Após consumir o crime, o indivíduo lavou o sangue da roupa na
cozinha e, então, foi para a entrada da casa. Enquanto esperava um veículo que
o levaria do local, o servidor retornou para a residência para pegar a sacola
que continha a arma do crime. Pouco tempo depois, um carro de cor preta parou
em frente à residência para buscar João e realizar sua fuga.
A investigação do crime foi rápida: uma funcionária da clínica
encontrou o corpo e acionou a polícia, que prontamente investigou as imagens
das câmeras de segurança da casa e da região. Após identificarem a placa do veículo,
agentes foram para o imóvel do suspeito em Natal (RN).
João foi preso assim que chegou no imóvel. Uma equipe de perícia
já investigava o apartamento do suspeito, onde encontraram o celular da vítima
e supostos resquícios de sangue nas escadas do prédio e dentro do imóvel, que
foram coletados para analise em laboratório.
No carro, foi encontrada uma bolsa contendo três facas, duas
soqueiras e uma pistola com sangue. João foi preso em flagrante e chegou a
ameaçar agentes da polícia durante o procedimento. Como o caso segue em
investigação, ele ainda não foi indiciado.
O motorista prestou depoimento à Polícia Civil; relatou que é amigo da família de João e foi contratado para realizar a viagem de Natal até Açu, ida e volta, onde o suspeito teria uma suposta consulta psiquiátrica na cidade. O homem foi liberado e não responderá por participação no crime.