As campanhas políticas
das eleições municipais do ano que vem não poderão contar com doações de
empresas, de acordo com a decisão tomada nesta quinta-feira (17) pelo Supremo
Tribunal Federal (STF). Segundo o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski e
o ministro Luiz Fux, relator da ação na qual a matéria foi discutida, nem mesmo
a eventual sanção da lei aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados
poderá liberar as contribuições para partidos e candidatos.
No
dia 9 de setembro, a Câmara aprovou a minirreforma eleitoral e regulamentou as
doações. O texto aguarda decisão da presidenta Dilma Rousseff, que pode
sancioná-lo ou vetá-lo. Se a presidenta sancionar a lei, será preciso uma nova
ação para questionar a validade das doações no Supremo, devido a posição
contrária adotada pelo tribunal.
Segundo
Lewandowski, a decisão da Corte já está valendo hoje (17). A partir da eleição
do ano que vem, somente serão permitidas doações de pessoas físicas. Os
partidos também continuarão a contar com recursos do Fundo Partidário,
garantidos pela Constituição. Pela regra atual, a doação de pessoas físicas é
limitada a 10% do rendimento bruto do ano anterior.
“Qualquer
lei que venha possivelmente a ser sancionada, ou aprovada futuramente, e que
colida com esses princípios aos quais o Supremo se reportou, e com base nos
quais considerou inconstitucional, doação de pessoas jurídicas para campanhas
políticas, evidentemente terá o mesmo destino”, afirmou o presidente da Corte.
Para
o ministro Luiz Fux, após a decisão do Supremo, o projeto de lei aprovado na
Câmara traz no “seu germe a presunção de inconstitucionalidade”. “Nós
verificamos que as doações pelas empresas acabam contaminando o processo político-democrático
e há uma captura pelo poder econômico do poder político, que é algo
absolutamente inaceitável numa democracia”, disse o relator.
Na
sessão de hoje, por 8 votos 3, o Supremo decidiu proibir o financiamento
privado de campanhas políticas. A Corte encerrou o julgamento, iniciado em
2013, de uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionou
artigos da Lei dos Partidos Políticos e da Lei das Eleições, que autorizam as contribuições.
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