Senador que, em 2018, já havia batido o recorde de ser o primeiro a chegar à casa dos 2 milhões de votos agora protagoniza o maior evento político já realizado no estado e mostra o tamanho do seu volume de campanha, também inédito para um oposicionista
Análise de
conjuntura
Já recordista no Maranhão, com quase 2 milhões de votos nas
eleições de 2018, o senador Weverton Rocha (PDT) entrou novamente para a
história nesta sexta-feira, 29, com a maior convenção já realizada no estado.
Reunindo mais de 50 mil pessoas no estádio Nhozinho Santos e no
seu entorno, o candidato do PDT ao Governo do Estado é protagonista do maior
evento já realizado por um político no Maranhão – e muito provavelmente no
país.
O senador foi ousado e corajoso ao pretender encher um estádio de futebol para realizar sua convenção, coisa nunca antes pensada na história da política maranhense. E a ousadia deu certo, trazendo gente de todos os 217 municípios, entre prefeitos, deputados federais e estaduais, vereadores, líderes políticos e, sobretudo, povo, muito povo.
A campanha de Weverton impressiona pelos números e pelo
ineditismo.
É a primeira vez, também, que um candidato da oposição – que
enfrenta não apenas o Palácio dos Leões, mas também a assembleia, o Judiciário
e o Ministério Público, além de dois grupos políticos arraigados na estrutura
do poder maranhense, o grupo Sarney e o grupo Flávio Dino (PSB) – consegue
dividir com o governo a base de prefeitos.
Os coordenadores da campanha do pedetista estimam que ele tenha,
hoje, algo em torno de 110 prefeitos apoiando seu projeto de poder, algo nunca
sequer cogitado em um estado dominado pelo cabresto dos poderosos e da elite
política tradicional.
O tamanho da convenção de Weverton mostrou também a força de um
novo grupo político que surge no estado, com lideranças experientes, a exemplo
da prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (PSDB) e do prefeito de Ribamar,
Julinho Matos (PL), e jovens lideranças, como os prefeitos de São Luís, Eduardo
Braide (sem partido), de Imperatriz, Assis Ramos (União Brasil), de Pinheiro,
Luciano Genésio (PP), e de Balsas, Erik Costa, para citar apenas os maiores
colégios eleitorais.
Na história do Maranhão, quem mais se aproximou desta conjuntura
de Weverton foi o ex-governador Flávio Dino, que, em 2014, reuniu em torno de
si políticos de todas as correntes locais e nacionais, para enfrentar o então
poderoso grupo Sarney.
Mas Dino se perdeu nas próprias pernas e chega a 2022 tendo que se aliar justamente ao grupo Sarney para tentar salvar o seu poste nas eleições, o governador-tampão Carlos Brandão (PSB), abrindo mão dos conceitos e tendo que ceder a pressão por espaços de poder em troca de apoio.
Independentemente do resultado das eleições de outubro, o senador
Weverton Rocha já construiu um legado político que vai reverberar pelos
próximos anos na política do Maranhão.
E é exatamente por saber disso que as elites tradicionais
maranhenses se voltam contra sua eleição.
O exemplo de ontem no Nhozinho Santos mostra, porém, que essas elites terão dificuldade para se manter encasteladas…
Do
Marco Aurélio D’Éça.
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