O
Ministério Público Eleitoral apresentou, nesta quinta-feira (13), as alegações finais
na ação que acusa o prefeito reeleito de Buriticupu, João Carlos Teixeira da
Silva, e o vice, José Antônio Lisboa Mendes, de abuso de poder político e econômico
nas eleições de 2024. O órgão pede a cassação dos mandatos e a inelegibilidade
dos dois por oito anos.
A
investigação apura que o prefeito teria usado obras de perfuração e instalação de
poços artesianos nos povoados Vila Concórdia e Segundinho para se promover
politicamente às vésperas da eleição. Segundo o MP, as obras foram executadas
sem transparência, sem registro de contratação pelo município ou pelo Estado, e
acabaram classificadas como “obras órfãs”.
O
MP afirma que a Prefeitura tentou, inicialmente, atribuir as obras ao Governo
do Estado, mas a Secretaria de Infraestrutura negou qualquer participação. Vistorias
constataram pintura nas cores da gestão municipal e placas de inauguração da
Prefeitura, indicando apropriação da obra pelo governo local.
Testemunhas
relataram que secretários municipais, o presidente do SAAE e o próprio prefeito
acompanharam pessoalmente as obras. Em alguns casos, moradores afirmaram que
João Carlos prometeu resolver o problema da água e, depois das inaugurações,
pediu apoio político durante comícios, vinculando o benefício ao voto.
A
defesa contestou as provas, alegando que um vídeo usado no processo seria
clandestino. O MP rebateu dizendo que o evento era público, com presença de
equipe de comunicação e ampla filmagem.
Com
base nas provas, o Ministério Público pede:
·
Cassação dos
diplomas de prefeito e vice;
·
Inelegibilidade
de João Carlos e José Antônio por oito anos;
· Reconhecimento
de que as obras foram usadas indevidamente para promoção eleitoral.
O
caso segue agora para decisão do juiz eleitoral da 95ª Zona, podendo resultar
em nova eleição no município caso haja cassação.

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