Em
uma decisão no mínimo controversa, o prefeito Fernando PL, determinou que os salários
dos servidores municipais passarão a ser pagos, a partir deste mês, sempre no
dia 22.
A
coincidência, ou não, está no fato de 22 ser o número que o prefeito usou para
se eleger, pelo Partido Liberal (PL). A medida, embora justificada pela gestão como
uma padronização para garantir previsibilidade financeira, acendeu um alerta
entre servidores, lideranças políticas e parte da população. Para muitos,
trata-se de uma ação com viés eleitoreiro disfarçada de eficiência administrativa.
Ou
seja, é uma data com selo de campanha – já que número 22 foi amplamente
utilizado por Fernando PL durante a campanha eleitoral, presente em slogans,
jingles e materiais gráficos. Agora, com a nova política de pagamento, o número
volta a circular mensalmente entre os servidores, diretamente atrelado a algo
positivo: o salário.
O
prefeito Fernando PL, aliado à sua inteligência eleitoreira, de fato montou uma
ótima estratégia de marketing político, ou seja, ele associou o pagamento, algo
que os servidores esperam todos os meses com ansiedade, a um número que remete à
sua própria eleição de prefeito.
Redes
sociais infladas e falta de apoio popular
A
publicação da medida nas redes sociais do prefeito foi seguida por uma série de
curtidas e comentários elogiosos. Mas, um detalhe chama a atenção, praticamente
todos os que parabenizaram a decisão são funcionários contratados pela atual gestão
– muitos deles com cargos comissionados ou contratos temporários.
Segundo
apurações de bastidores, feitas pela reportagem do Blog do Vanilson Rabelo,
alguns nomes que comentaram sequer são vistos atuando em repartições públicas
de Governador Nunes Freire, levantando suspeitas sobre possíveis “fantasmas” na
folha de pagamento.
A
ausência de manifestações espontâneas da população ou de servidores concursados
reforça a percepção de que a ação tem mais a ver com propaganda pessoal do que
com benefício coletivo.
Outro
fato importante é que nunca antes houve uma “padronização” nesse formato, e a decisão
surge justamente no momento em que o prefeito começa a se movimentar para
manter sua influência política visando seu apoio ao padrinho deputado federal,
que buscará renovação de mandato nas eleições de 2026.
Uso
da máquina pública
O
caso levanta uma questão recorrente em cidades pequenas – até que ponto se pode
usar o aparato público para reforçar a imagem pessoal de um gestor? Quando o
servidor associa diretamente o pagamento de seu salário ao número de um
político, cria-se um vínculo subjetivo que pode interferir na imparcialidade do
processo eleitoral futuro.
A
mudança, embora legal, pode ser considerada moralmente questionável, já que a
imagem do prefeito se confunde com a própria estrutura do poder público.
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