O que está em andamento no Brasil hoje é uma tentativa
revanchista de antecipar 2018 e derrubar na marra, via Judiciário politizado,
um governo eleito por 54 milhões de votos. “Um golpe clássico”, enfatizou o
ator Wagner Moura, que é um dos mais respeitados artistas da nova geração.
Para ele, o país vive um Estado policialesco movido por ódio
político: “Sergio Moro é um juiz que age como promotor. As investigações evidenciam
atropelos aos direitos consagrados da privacidade e da presunção de inocência.
São prisões midiáticas, condenações prévias, linchamentos públicos,
interceptações telefônicas questionáveis e vazamentos de informações seletivas
para uma imprensa controlada por cinco famílias que nunca toleraram a ascensão
de Lula”, acrescenta.
Ele destaca ainda que a sua defesa da legalidade não
significa que seja governista. “É intelectualmente desonesto dizer que os
governistas ou os simplesmente contrários ao impeachment são a favor da
corrupção… Arrepio-me sempre que escuto alguém dizer que precisamos
“limpar” o Brasil. A ideia estúpida de que, “limpando” o país de um partido
político, a corrupção acabará remete-me a outras faxinas horrendas que
aconteceram ao longo da história do mundo”, pontua.
“O nome de Dilma Rousseff não consta na lista, agora
sigilosa, da Odebrecht, ao contrário dos de muitos que querem seu afastamento.
Um pedido de impeachment aceito por um político como Eduardo Cunha, que o fez
não por dever de consciência, mas por puro revide político, é teatro do
absurdo”, acrescenta.
E conclui: “E se você também achar que há algo de
tendencioso no reino das investigações, não significa que você necessariamente
seja governista, muito menos apoiador de corruptos. Embora a TV não mostre, há
muitos fazendo as mesmas perguntas que você”.
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