Após nove
anos de investigações, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), virou
réu pela primeira vez na tarde desta quinta-feira (1º) sob a acusação de
receber propina da construtora Mendes Júnior em troca de emendas parlamentares.
Até 18h45,
seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já tinham votado a favor da
abertura de uma ação penal contra o presidente do Senado. Os ministros
Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes votaram pela rejeição
total da denúncia da Procuradoria-Geral da República. A
investigação contra o presidente do Senado começou em 2007, mas só em
2013 a denúncia foi oferecida pela PGR ao Supremo.
O primeiro
ministro a votar foi o relator do processo, Edson Fachin, que foi
favorável a tornar Calheiros réu por prática de peculato, mas rejeitou a
acusações de uso de documento falso e falsidade ideológica. Os ministros
Luiz Fux e Teori Zavascki acompanharam o voto do relator.
Os ministros
Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Marco Aurélio Mello acolheram a denúncia
contra Renan em maior extensão: peculato, uso de documento falso e falsidade
ideológica de documentos públicos, excluindo imputação de falsidade ideológica
quanto a documentos particulares. Neste
momento, o ministro Celso de Mello profere seu voto. A presidente do STF,
Carmem Lúcia, é a próxima a falar.
O que pesa contra Renan
Renan é
acusado de receber propina da construtora Mendes Júnior para apresentar emendas
que beneficiariam a empreiteira. Em troca, despesas pessoais da
jornalista Monica Veloso, com quem mantinha relacionamento extraconjugal e teve
uma filha, teriam sido pagas pela empresa, entre elas a pensão a alimentícia da
menina.
O
peemedebista também é acusado de ter adulterado documentos para justificar os
pagamentos. A defesa de Renan nega as acusações. Na denúncia
oferecida ao STF, Renan é acusado pelos crimes de peculato, falsidade
ideológica e uso de documento falso.
Em rota de colisão com Judiciário
Recentemente
o peemedebista tem tomado decisões que confrontam o Judiciário e têm causado
polêmicas. Ontem ele
tentou fazer uma manobra no Senado para votar em regime de urgência o texto que
desfigurou o pacote de anticorrupção.
O texto,
aprovado pela Câmara na madrugada de quarta (30), prevê que juízes e membros do
Ministério Público possam responder por crimes de abuso de autoridade, caso
atuem segundo motivação político-partidária ou concedam entrevistas sobre
processos pendentes de julgamento.
Entidades de
magistrados e do Ministério Público se mostraram contra o texto, alegando que
ele é uma ameaça à independência do Judiciário e à Lava Jato. O presidente
do Senado discute ainda, nesta quinta, o projeto de lei sobre abuso de
autoridade, de sua autoria, com o juiz federal Sérgio Moro. O projeto endurece
as punições aplicadas a juízes, promotores e delegados, por exemplo, que vierem
a cometer algum tipo de abuso.
Os
magistrados e promotores também repudiaram o projeto. Moro chegou a enviar
ofício ao Senado argumentando que a medida pode ser interpretada como uma
tentativa de barrar a Lava Jato. Vale lembrar que Calheiros também é
investigado na operação.
Por Jeisael.
se o judiciário tivesse moral seria diferente. mas ninguém confia.
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