Passada a folia de Momo, todas as atenções da
classe política se voltam agora para as eleições de outubro próximo, quando
estarão em jogo os cargos de governador, vice-governador, duas cadeiras no
Senado, dezoito vagas na Câmara Federal e quarenta e duas na Assembleia
Legislativa do Maranhão. O burburinho maior, e não poderia deixar de ser, gira
em torno da sucessão governamental, onde os pré-candidatos já montam suas
estratégias na esperança de conseguir os objetivos no pleito de outubro
próximo.
Flávio Dino vai para a reeleição com uma robusta
coligação, popularidade em alta e franco favoritismo para renovar o mandato,
enquanto o grupo Sarney trabalhar para concluir as conversações e montagem de
um consórcio de candidatos para servir de linha auxiliar à candidatura da
ex-governadora Roseana (MDB). Acreditam os marqueteiros da pré-candidata que a
única chance de levar o pleito para o segundo turno é o lançamento de diversos
“laranjas” com a missão de tentar desconstituir a imagem do governador.
Principal articulador da candidatura da filha, o
ex-senador José Sarney entregou a tarefa de agredir o chefe do Executivo ao
truculento ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, um político polêmico,
megalomaníaco, sem pudor ou credibilidade moral. Murad é acusado pela Polícia
Federal de ter desviado cerca de R$ 1 bilhão da Saúde Pública do Maranhão,
inclusive tendo sido levado à força para depor na PF na Operação Sermão aos
Peixes, por conta dos escândalos de corrupção na pasta que administrou no
governo da cunhada Roseana.
Sem a menor perspectiva de viabilidade eleitoral e
com uma liderança restrita a Lago da Pedra, a ex-deputada Maura Jorge, uma
eterna aliada da oligarquia, orientada por Roseana, lançou sua pré-candidatura
pelo Podemos e é mais uma a se juntar ao consórcio sarneysista na tarefa de
bater no governo, desgasta-lo junto ao eleitorado na esperança de ajudar a
levar a eleição para um improvável segundo turno. O consorcio conta ainda com
mais dois integrantes: Roberto Rocha (PSDB) e Eduardo Braide (PMN).
Isolado e sem ter com quem coligar, o senador
Roberto Rocha, o “Asa de Avião”, lançou a pré-candidatura ao governo, mas em
seguida submergiu, nunca mais deu uma declaração sobre sucessão e já começa
levantar dúvidas na classe política sobre suas reais intenções. Muitos
acreditam que ele irá recuar da candidatura para não sair do pleito
desmoralizado e muito menor do que entrou. O senador carrega com ele a pecha de
traidor por ter se elegido na sombra do governador Flávio Dino e se bandeado
para a oligarquia, que dizia combater. A estratégia do senador é servir de
linha auxiliar nas agressões ao governador que o elegeu.
E para completar o consórcio de candidatos
auxiliares da ex-governadora dos precatórios da Constran, das malas de dinheiros
entregues nos porões no Palácio dos Leões pelo doleiro marginal Alberto
Youseff, preso na Operação Lava Jato; dos desvios e recursos públicos na Saúde
e na Secretaria de Fazenda do Estado o velho Sarney escalou o deputado Eduardo
Braide, que negocia um mandato de deputado federal para a esposa em troca da
missão que lhe está sendo dada pelo oligarca de Curupu.
O time de candidatos deverá ser composto ainda por
representantes dos partidos considerados de esquerda, tais como PSTU, PSOL,
PCB. Como eles sempre divergem entre si, tudo indica que cada um deverá lançar
candidato próprio para marcar posição. Diante deste quadro pós-carnaval o jogo
da sucessão estadual começa a ser jogado pra valer e neste campo não há espaço
para amadores, pois tudo indica que será bruto mesmo com a oligarquia Sarney
estrebuchando e dando seus últimos suspiros.
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